Portinari

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Giba Giba


(uma cidade, um país, lugarejo...).
O edifício Sulacap tem telhado. Corpanzil sólido. Janelas francas. Largo feitio, argamassa e ferro. Altivo. Perene. Colunas robustas, passeio de pastilhas creme. Um selo porto-alegrense. Aliás, é o edifício mais porto-alegrense para qualquer porto-alegrense ou recém alheio. Nesta foto, bem ao fundo, ao centro, a face sul do triângulo de suas telhas deseja o céu.
Vamos para ao cavalheiro em primeiro plano. Chama-se Gilberto Amaro do Nascimento, Giba Giba. Ele se aproxima em magia. Mas, repare, que, canhoto, nos acena, nos cumprimenta, nos aponta o dedo. Parece querer fazer uma observação metafísica...
Vem sorrindo, pelo tempo sem tempo e pelo caráter. O riso líquido, também, quem sabe, além das razões referidas – poderia ser por uma palavra luz que lhe veio aos lábios...
...Que nada, pensei... Noto que está olhando para o lado.Exatamente no instante depois de nos ter olhado... Daí o riso além cordial. Pois que é para nós a graça que estende em tamanha fidalguia... Ora, ele nos conhece... São muitos anos, são muitos séculos... sabem quem somos, onde moramos, de quem gostamos... Nesta cena, diante do o Sr. Gilberto e da cidade em moldura - estamos momentos antes de sermos abraçados pela história...
A foto é de Luiz Antonio Catafesto. Contracapa do disco Outro Um, de Giba Giba.

Um comentário:

Suzi disse...

Lindo texto Nelson, quero mais...
Um beijo Suzana